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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Daqui

Poupou-me de acompanha-la em  suas passeatas virou ao avesso, sem carregar suas feitiçaria conformou-se com a ausência Tropecei em um daqueles saltos que quase sem altitude com a correnteza arrastando-me para o tubo da onda... mergulhei antes que pudesse recuperar o fôlego. Daqui enquanto deixo secar-me, bato palmas ao espetáculo... ondas, sondas, todas sem fim, ao que vem envolta de som que volta e permanece. com os olhos entre abertos explica-me toda beleza em fúria... toda ausência e saudade. esconde-me em pistas, recém imaginadas da própria sombra emoldada na areia.

Entre Tons

Silenciamos, a peça era um desconforto do espavento A supressão. O súbito de perceber o vazio. Folhas revoando sobre outras que caem secas. Fossem momentâneas, Até equilibrar-se em troncos empalhados Fossem esvoaçando as ideias. Passamos por horas, sentado e admirando esta tela Que chamara-me amorosamente, Depois de descobri-la no canto da sala. Entreolhamos, outra vez estranhamo-nos Convidei-a à ver um dos meus quadros os olhos indagaram, outra vez, ficamos quieto, sem tantos movimentos, por ora rindo, por ora sério. Esmiuçando a distância entro o espaço e as cores. ...

Crueza da simplicidade

Ao som de Ray Charles A criança olhava, aguçada à sua volta como se entendendo a crueza do tempo Ao instante que lhe era belo. Não era tão admirado, quanto ver os pulos, que a dança, trouxe ao remexer da criatura. Chamou com o sorriso a contra invenção, o importuno belo. Tão risonha, e preparada. vulnerável como minha própria palma. a vileza dos assuntos sem fundo era nosso carpete, tão bem cuidado. aaaaaah se foram todos os caprichos, eram sorrisos e gargalhadas... contive alegria, e propus outros discos. Pulamos, com todas as fileiras, ...

Histeria

Estava assimilando a simulação falso ensaio, arpéu evitado,                                    enviado. Assimilação dissonante, converti-me como um ator, de tantos palcos, que a saudade permite... a voz falhou.. engasgado as luzes apagaram . e ... acenderam: - Permite! o coro da plateia romperam a atenção dos olhos e o sufoco do artista . Se pudéssemos, se fossemos nós... Veríamos Palcos.. tão belos para o improviso... ou o ensaio, ou  contemplação...com alegria e tristeza: apresenta-se Belo ao método que alma comunica-se... o oficio registra a modernidade. e contadores, e atores, e a retenção o falso movimento a intuição programada.. o limite de uma vida, em um sistema de oficios... ainda há palcos ao redor a plateia cansada, descansa os olhos fechando-os,  até que ilumine novamente o personagem,  estará esperando... os cegos, no tablado agem no escuro. Ao fundo um grupo gritando pergunta: Qual a importância, mostrando um tom irônico consigo e a e

Comunhão de todo Oco

Nada além Do peso Doutro  Sem leveza  Nada além O pensar Dessoutro Rarefeito Sem casca                  Polpa Nem doce          nem amargo Relâmpago absoluto,       Consciência               De contraponto. Um pomar Fotografado: Mesmos frutos e cores. ------------- Essoutro estouro Fora do vazio Ecoado por combustão. Inflamando Nada, além

Gato noturno

Esse zunido novamente,                                                o vento Secou-me. Identifiquei cada acaso.                                                  Que levava Busquei qualquer plano, sem ser Alimento para a calma                                                  E o encher da lua Que espera                 A madrugada Cair     Por falta de mim, Recompus à outra volta. Escolheria qualquer personagem Sem saída, Para o sono Esmiuçando, em qualquer forma, Rendia-me a qualquer sussurro Ou grito desavisado...                                                                Invertia-se por cores                                                                                                                    Com a lua em prata Não houve sentido Correr por de baixo, A ponte estava entre a volta E a fuga.                                                                Detendo-se do lado oposto Perseguia os passos

Entre cortes da cegueira.

Entrei na loja de moveis antigos, e de tão novo que era, não servia para a saudade. Insistentemente surpreendia todos os detalhes,        em um piso. O jornal jogado sob a mesa deitada ao carpete de madeira            Apontava noticias do dia que estive aqui... Encontrei no vazio do quarto o antigo perfume. Lembrava-me, escondi a tristeza... Soltando o riso que prendera minha respiração, amargando a garganta... Silenciei quando não vi, o sustou apagou-se, antes que me sentasse no sofá empoeirado. (SEM LUZ) - Só preciso esperar .  soltei o pensamento enquanto cerrava os olhos e abria-o rapidamente, tentando ver algo além do breu. Ele circulou-me a poltrona.Esculto: "- Meu caro, não é permitido contato com os móveis." Do que falas? Estou aguardando. Tremelicou! Que acenda a luz! Não posso.       Engulo o ar afim de recuperar o folego,           Sair sem ver!? solucei. Andando onde nunca estive. Surgiu traços no escuro Desde alguns palmos acima do ch

Pequenos, Visto de São Paulo

I. Sempre que chovia A cidade inundava O asfalto Que antes carros Montavam seu zunido e buzinas. Com outra pressa, O som passa ao molhar em gotas, queda Por poucas e vidros Metal e ditos : Mudava. Chovia. II. Soube que os japoneses tomaram Chá inglês na zona sul; Casa dos Italianos... Os alemães que criaram sua vila do outro lado do bairro Integraram para a escola de samba. III. Capital do “bom prato”. Fez-se do mundo seu cardápio Seus casarões Que servem o banquete Dos engenheiros do sabor, enriquecem a nova capital gastronômica. IV. Relance. arquitetura Ou eu estava por outra impressão? Consequência da ignorância de uma vista sem nudez, parabenizo as formas. Ou eu a reconhecia, o detalhe em meio a palacete, sua assinatura. Parava ou tropicava com a cabeça pra cima.